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Ciclo de debates ‘História e cultura afro-brasileira e indígena’ é realizado na Guairacá

Por: admin

- 21/09/2016 21h00

‘História e cultura afro-brasileira e indígena’ foi o tema abordado no ciclo de debates promovido pelo Colegiado de Pedagogia da Faculdade Guairacá nessa segunda e terça-feira, dias 19 e 20. Segundo a professora Lucineia Moreira de Souza, o evento teve como intuito refletir sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena e a organização do trabalho pedagógico em torno da temática. A professora Patrícia Regina Ciaramello, integrante do NEAA (Núcleo de Estudos Ameríndios e Africanos) da Unicentro, possui ampla experiência na área de educação indígena e abriu o evento na Guairacá com a palestra ‘Povos indígenas e educação: diálogos e possibilidades’. Segundo Patrícia, durante séculos o termo ‘índio’ foi utilizado de forma genérica, homogeneizando e reduzindo os povos indígenas a uma só cultura. Com o passar do tempo, os próprios povos indígenas começaram a utilizar o termo como marca da construção de uma identidade coletiva, que os nomeia frente ao restante da sociedade brasileira. “Podemos afirmar que na busca de revitalizar suas próprias culturas, fortalecendo a identidade política fundamentada na diferença, o termo índio passa a constituir um marco no desenvolvimento da autoconsciência cultural e consciência étnica”. O último censo demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado no ano de 2010, apontou a população indígena brasileira em 817.963, divididos entre, aproximadamente, 305 etnias diferentes. Em todos os Estados da Federação, inclusive do Distrito Federal, há populações indígenas. A Funai (Fundação Nacional do Índio) ainda registra 69 referências de índios ainda não contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista. Esses povos indígenas são falantes de 274 línguas diferentes, sendo que 17,5% da população indígena não fala a língua portuguesa. “Infelizmente, essa diversidade nem sempre é reconhecida ou aceita. Ainda há uma grande parcela da sociedade que não reconhece nem valoriza a identidade étnica específica de cada povo indígena, não compreende suas línguas e formas tradicionais de organização social, de ocupação da terra e de uso dos recursos naturais”. Segundo a professora Patrícia, reconhecendo que o Estado do Paraná, principalmente por estar fortemente ligado ao agronegócio e, consequentemente a uma relação com a terra divergente àquela realizada pelos povos indígenas, é um dos que mais nega a presença indígena, relegando-os à invisibilidade ou a constantes relações de inferioridade ou preconceitos. Para fechar o ciclo de debates na Faculdade Guairacá, esteve presente o Prof. Dr. Jefferson Olivatto da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos Ameríndios e Africanos. Em sua palestra, ele falou sobre um marco fundamental na história das lutas anti-racismo e na democratização do ensino: a Lei 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.