A saúde mental é um componente vital do bem-estar humano e desempenha um papel fundamental em nossa capacidade de funcionar, interagir e encontrar satisfação na vida. Por este motivo, uma das preocupações que mais cresce nos últimos anos é a saúde mental da população, principalmente durante e após a pandemia de Covid-19. Trata-se de uma condição humana legada ao esquecimento por diversos anos, mas que nunca deixou de demonstrar sérios prejuízos na vivência das pessoas quando precarizada, chegando a ser uma questão de saúde pública.

A saúde mental é definida pela Organização Mundial da Saúde (2014) como “um estado de bem-estar no qual um indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses cotidianos, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para sua comunidade”.     

Notamos que ela tem um componente subjetivo em que o indivíduo se percebe e diversos componentes objetivos em que o indivíduo lida com sua vivência e relação com a comunidade. Destes componentes destacamos a presença da palavra “trabalho” neste conceito, ou seja, alguém com suficiente saúde mental pode contribuir para sua comunidade através de trabalho produtivo. Isso significa que podemos relacionar as duas instâncias de diversas formas: denotar, através das atividades laborais, se o indivíduo apresenta suficiente saúde mental; observar se seu trabalho promove um contexto para o bem de sua saúde mental; verificar se a própria atividade laboral é motivo da insuficiência na saúde mental dos indivíduos; entre outras.

É a partir desta última relação que propomos a discussão aqui. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (2021) no Brasil os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho. O ritmo acelerado e as pressões inerentes ao mundo moderno podem ter um impacto significativo na saúde mental dos trabalhadores. As exigências constantes, prazos apertados, ambientes competitivos e a constante conectividade digital podem levar ao estresse crônico, ansiedade e esgotamento. Isso destaca a necessidade de as organizações reconhecerem a importância da saúde mental e adotarem medidas para promovê-la.

Ou seja, considerando os dados expostos acima podemos considerar que as instituições laborais podem ser a causa da precarização da saúde mental da população, mas quando se trata de resolver a problemática, é o Estado, por meio do INSS, que toma a responsabilidade para si. A partir desta consideração é que a população e demais instâncias da sociedade devem se organizar para exigir destas instituições condições melhores de trabalho.