Acadêmicos e profissionais que atendem nas Clínicas Integradas Guairacá participaram nessa terça-feira, 29, de mais uma sessão de estudos de caso. O tema trabalhado nessa edição foi dor crônica. Para fazer a abertura do evento esteve presente a psicóloga Luciane Kellen Puerari Pauli. Segundo a palestrante, 50 milhões de pessoas sofrem de dor crônica no Brasil e 60% desses pacientes também apresentam depressão. Estima-se ainda que 80 a 85% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentem pelo menos um problema significativo de saúde que os predisponham à dor. Outro dado importante trazido mostra que a dor crônica é a razão mais comum pela procura da atenção médica e é relatada por 20 a 50% dos pacientes no atendimento primário. A psicóloga destacou em seu discurso que o significado da dor é muito mais do que a dor por si só. A interação entre fisiologia e sofrimento subjetivo mostra como pode ser enganosa a distinção entre dor com causas físicas e dor com causas subjetivas. Ao tratar pessoas com dor crônica, deve-se considerar o entrelaçamento intrínseco entre fatores psicológicos e processos corporais. “A proposta é trazer essa aproximação entre o que nós observamos com clareza, através de exames, dados palpáveis que nos possibilitam compreender a dor, e também, os aspectos subjetivos que estão envolvidos nesse processo, como os aspectos emocionais e psicológicos”. Para discutir sobre o tema, também esteve presente o médico psiquiatra José Cleber Ferreira, que destacou a importância do trabalho multidisciplinar nos atendimentos aos pacientes que apresentam esse quadro clínico. “É evidente que só a medicação, embora importante, não resolva. Deve haver uma equipe multidisciplinar, coesa e interessada pelo todo do paciente, composta por fisioterapeutas, psicólogos, médicos, acupunturistas, clínicos gerais, psiquiatras, entre outros”.