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Tratamento odontológico para pacientes com alterações hormonais, por Murilo Rizental Pacenko

O tratamento dentário dos pacientes com esses distúrbios hormonais deve ser realizado com devida cautela.

Por: Poliana Kovalyk

- 05/05/2023 10h51

As glândulas adrenais são órgãos endócrinos pequenos, multifuncionais, localizados sobre os rins (glândulas supra-renais). Cada glândula está dividida em uma zona interna, chamada de medula adrenal, e uma zona externa, chamada de córtex adrenal. A medula adrenal produz as catecolaminas: epinefrina e norepinefrina, que desempenham papel essencial na manutenção da pressão sanguínea, no controle da contratilidade e excitabilidade do miocárdio e na regulação do metabolismo corporal. 

Três classes diferentes de hormônios são produzidas pelo córtex adrenal: (1) os glicocorticóides, que ajudam a regular o metabolismo dos carboidratos, das proteínas e das gorduras, sendo importantes na supressão da inflamação; (2) os mineralocorticóides (principalmente a aldosterona), que ajudam a manter o equilíbrio de sódio e de potássio; e (3) os hormônios sexuais, que representam papel secundário na maturação sexual.

Muitos fatores intrincados regulam a secreção dos hormônios. As alterações na liberação hormonal podem resultar em doenças que atingem a glândula adrenal ou doenças que afetam os fatores que regulam a função adrenal. Entre estas, pode-se citar a Hiperfunção da Medula Adrenal, Hiperfunção do Córtex Adrenal, Hipofunção das Glândulas Adrenais e a Corticoterapia.

O tratamento dentário dos pacientes com esses distúrbios hormonais pode ser realizado com a devida cautela, de acordo com a doença sistêmica e o procedimento dentário a ser realizado.

 

Hiperfunção da medula adrenal

Os pacientes que sofreram remoção de uma glândula adrenal por causa de um feocro-nocitoma devem estar com função adrenal normal, visto que ainda lhes resta uma glândula adrenal. Podem, assim, submeter-se normalmente ao tratamento dentário. Os pacientes que sofreram adrenalectomia bilateral devido a comprometimento de ambas as glândulas, e estão fazendo uso permanente de esteroides, devem ser tratados como pacientes com hipofunção da glândula adrenal.

 

Hipofunção das glândulas adrenais

Os pacientes com insuficiência adrenal crônica por qualquer razão, incluindo atrenalectomia bilateral, normalmente fazem uso de corticoterapia permanente de substituição. 

 

Pacientes que se submeteram a corticoterapia

Ocasionalmente, o dentista poderá atender a um paciente que não está tomando esteroide, mas que apresenta uma história de uso prévio de esteroides. É difícil avaliar a reserva adrenal do paciente, sem a prova de estimulação pelo ACTH. Pelo fato de que a supressão adrenal pode resultar do uso diário de prednisona tão pequenas, 20 a 30 mg, durante 7 a 10 dias, podendo persistir por 9 a 12 meses depois de terminado o tratamento, os pacientes com história de uso diário de mais de 20 mg de prednisona, por mais de uma semana no ano que passou, devem receber suplementação de esteroide.

Para procedimentos associados a estresse de grau leve a moderado, no dia da consulta devem ser administrados de 20 a 40 mg de prednisona, que será diminuída conforme indicado anteriormente. Para procedimentos cirúrgicos de moderados a extensos e tratamentos que necessitem de anestesia geral, o paciente deve receber cobertura esteroide máxima: 60 mg de prednisona no dia da cirurgia, sendo reduzida rapidamente nos dois ou três dias seguintes.

Deve ser salientado, novamente, que a consulta ao médico do paciente é fundamental para proporcionar um melhor atendimento.