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Diabetes: epidemia silenciosa com complicações severas, por Marcela Birolim

Por: admin

- 05/06/2017 15h31

O número de casos novos de pessoas com diabetes cresce a cada ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, houve um aumento de 61,8% de diabéticos na última década. Por ser uma doença silenciosa, ou seja, que nem sempre apresenta sinais e sintomas definidos, estima-se que dentre os 13 milhões de brasileiros com diabetes, metade não sabe que tem a doença e a grande maioria desconhece suas complicações. Mas afinal, você sabe o que é o diabetes e quais são suas complicações? Diabetes mellitus é uma doença relacionada com metabolismo da glicose causada pela falta ou ação inadequada da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e responsável por controlar o nível de glicemia no sangue. Existem dois tipos principais de diabetes, a do tipo 1, mais comum em crianças e adolescentes,  no qual o pâncreas deixa de produzir a insulina, e o diabetes tipo 2, responsável por aproximadamente 90% dos casos, no qual ocorre a diminuição da produção desse hormônio e as células apresentam resistência à ação do mesmo. Manifesta-se, em geral, em adultos com longa história de excesso de peso, sedentários, com hipertensão arterial e com história familiar de diabetes do tipo 2, mas pode acometer também pessoas magras, motivo pelo qual é importante fazer exames periódicos, especialmente a partir dos 40 anos. Em ambos os tipos de diabetes ocorre a elevação da glicose (açúcar) no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. De acordo com critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, o indivíduo é considerado diabético quando os níveis de glicemia em jejum são iguais ou superiores a 126 mg/dL. O não controle dos níveis glicêmicos pode provocar, em longo prazo, complicações cardiovasculares, renais, oftalmológicas e neuropáticas. Entre as complicações cardiovasculares destacam-se o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular encefálico e a doença vascular periférica, devido a alterações nos vasos sanguíneos. Essas complicações são duas vezes mais comuns em pacientes com diabetes. A nefropatia (doença renal), outra complicação do diabetes, ocorre em virtude de sobrecarga na função renal e pressão elevada nos vasos sanguíneos renais, podendo requerer diálise e até mesmo transplante, em casos mais graves. Nos olhos, a complicação mais frequente é a retinopatia diabética, que consiste na deterioração de pequenos vasos sanguíneos que nutrem a retina, no entanto, outras complicações oculares como catarata, glaucoma e alterações do cristalino também podem ocorrer. A neuropatia diabética refere-se à lesão de nervos em decorrência da glicemia elevada. Na neuropatia periférica ocorre diminuição de sensibilidade, formigamento, dormência podendo, muitas vezes, ter acometimento motor com limitação funcional e ulceração nos membros inferiores. Em pacientes com diabetes descontrolado pode haver lesões, especialmente nos pés, que demoram a cicatrizar e que podem levar a amputação do membro, gerando um grave trauma emocional, além da perda de mobilidade. O risco de desenvolver essas complicações diminui, consideravelmente, com o controle adequado dos níveis de glicemia sanguíneo, no entanto, para que isso seja possível, é preciso a adesão de cinco componentes básicos do tratamento do diabetes: monitorização da glicemia, plano nutricional, prática de atividade física, terapia farmacológica (quando necessário) e autocuidado diário. Converse com o enfermeiro da Unidade de Saúde mais próxima a você, ele poderá fornecer informações detalhadas sobre o diabetes, bem como, orientá-lo na condução do diagnóstico e tratamento correto da doença.  

Marcela Maria Birolim Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual de Londrina Especialista em Enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva pelo Centro Universitário Filadélfia Mestre e Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Londrina Pós-doutora em Enfermagem pela Universidade Estadual de Londrina