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Estereótipo de corpo e o profissional de Educação Física, por Ilma Honorato

A indústria corporal reforça a ideia de corpo perfeito e a padronização dos corpos, mas aqueles que se veem fora de medidas sentem-se cobrados e insatisfeitos.

Por: Poliana Kovalyk

- 29/06/2021 13h38

Etnologicamente a palavra estereótipo vem do grego estéreo e significa o que está sólido, fixado. Na representação social do cotidiano, espera-se que um nutricionista seja magro, que um dentista tenha dentes brancos e alinhados e um profissional de educação física tenha um corpo musculoso, “sarado”.

A indústria corporal, por meio das mídias, encarrega-se de criar desejos e reforçar imagens, padronizando corpos. Vale ressaltar, que este padrão somente é atingido pelos filtros dos aplicativos, criando a falsa ideia de corpo ideal.

Corpos que se veem fora de medidas sentem-se cobrados e insatisfeitos. O reforço dado pela mídia em mostrar corpos atraentes faz com que uma parte da sociedade se lance na busca de uma aparência física idealizada e idealizem também os profissionais que trabalham nessa área. 

Essa idealização corporal acontece devido a necessidade que as pessoas têm de simplificar o mundo, ou da necessidade de pertencimento. Esse pertencimento perpassa pelas academias de ginástica lotadas com a proximidade do verão, estação em que os corpos ficam mais expostos.

Diante desse contexto, estão aqueles que buscam os profissionais de educação física para ministrarem aulas personalizadas. Ao adentrarmos em uma academia de ginástica, logo verificamos quem é este profissional, pois sempre está auxiliando uma pessoa. Esse profissional ficou conhecido comumente como personal trainer.

A rotina do personal trainer está longe de ser uma vida glamourosa evidenciada nas telenovelas de adolescentes. Os cuidados com sua saúde, alimentação saudável, atividade física, postura profissional, conhecimento em fisiologia, biomecânica, bioquímica, nutrição, entre outras ciências, inclusive as sociais devem estar em dia. Isso tudo, sem falar na correria de uma academia para outra, início do dia as 6h da manhã e término a meia noite.

Nesse sentido, acreditamos que o profissional de Educação Física tem o dever de promover a retificação do que a mídia insere, elaborar um programa coerente com os objetivos do cliente, ratificar a importância da alimentação saudável, buscar conhecimento de outras áreas a fim de fazer o cliente chegar ao seu objetivo sem recorrer a meios ilícitos.

Dessa forma, pensamos que um corpo musculoso não deve ter um peso maior nos critérios de escolha de um profissional sobrepondo o seu grau de conhecimento.