Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 14,5% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. Isso equivale a aproximadamente 24,5 milhões de pessoas, que buscam e lutam pela sua inclusão na sociedade. O objetivo da tecnologia é facilitar cada vez mais as nossas vidas, não é mesmo?  Pesquisas afirmam que o número de aparelhos smartphones em uso no Brasil gira em torno de 168 milhões e que o aparelho celular é mais utilizado que o computador pessoal. O ponto positivo é que as pessoas com deficiência não foram totalmente esquecidas e algumas soluções podem melhorar significativamente a sua qualidade de vida. Smartphones oferecem diversos tipos de solução que facilitam o seu uso por pessoas que possuem algum tipo de deficiência. Existem dezenas de aplicativos gratuitos destinados às pessoas com deficiência auditiva, mental, motora e visual. O ProDeaf e o HandTalk são importantes soluções para a comunicação entre os ouvintes e deficientes auditivos que utilizam a Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS). O aplicativo funciona como um tradutor simultâneo entre os dois idiomas. Outros aplicativos como Wheelmap, Guia de Rodas e Acesso Fácil mostram quais os estabelecimentos têm acesso para pessoas que usam cadeiras de rodas ou possuem algum tipo de dificuldade de locomoção. A maior parte das soluções tem o foco nos deficientes visuais, como o Bianca, CPqD Alcance, etc. Entre eles, o que mais gosto é o Be My Eyes (Seja Meus Olhos, em português), onde pessoas com deficiência visual podem receber ajuda de voluntários para identificar objetos. O aplicativo permite que qualquer pessoa possa “emprestar sua visão” por alguns instantes. Como isso é possível? O aplicativo conecta pessoas através da fala e da imagem. Identificar o que está escrito em uma placa, data de validade de um produto, a simples cor de uma gravata ou até mesmo tirar a dúvida se o produto na lata é milho ou ervilha, e tantos outros problemas do dia a dia podem ser facilmente solucionados. Geralmente as notícias relacionadas à evolução tecnológica focam o lado ruim, como pedofilia, cyberbullying, cyber dependência infantil, o desafio da baleia azul e tantos outros que nos trazem uma grande preocupação. Porém, nossa área pode fornecer para a sociedade uma infinidade de benefícios, como essas soluções acima apresentadas. Esperamos que apareçam cada vez mais iniciativas inovadoras e que solucionemos problemas das pessoas. Também temos que ter a consciência do nosso papel de professores e estimuladores dos nossos alunos, para que eles tenham sempre um incentivo à mais para trilhar esse belo caminho.  

Carlos Eduardo Andrade Iatskiu Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) Mestre em Informática pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) Doutorando em Informática pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)