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Educação inclusiva: instituições de ensino superior garantem inclusão para estudantes com necessidades especiais

A UniGuairacá tem sido pioneira na promoção de projetos de inclusão e no investimento de métodos pedagógicos que valorizam a diversidade.

Por: Poliana Kovalyk

- 13/11/2024 14h36

No ensino superior, a inclusão está se tornando uma realidade concreta, onde as diferenças não apenas coexistem, mas fortalecem o ambiente acadêmico. 

Na UniGuairacá Centro Universitário, em Guarapuava, o compromisso com a diversidade é evidenciado pela trajetória de Geórgia Bischof Keche, de 24 anos, com Síndrome de Down, e João Felipe Siqueira, de 20, com microcefalia. Ambos são estudantes de Fisioterapia e participam de um projeto de acompanhamento fisioterapêutico voluntário na Policlínica Guairacá, sob orientação do professor e fisioterapeuta Clauberto Medeiros. A iniciativa vai além da formação prática, promovendo um espaço inclusivo que valoriza a individualidade e o potencial de cada um.

 

Vencendo barreiras e encontrando vocação

Geórgia conta com entusiasmo sobre sua paixão pela área. Ela escolheu Fisioterapia pela influência familiar e o incentivo de pessoas próximas, mas, sobretudo, pelo encanto que a profissão exerce sobre ela. “A área da saúde é muito apaixonante. Eu acho um curso magnífico e tem sido uma experiência única até aqui. Tenho muito orgulho do curso e da profissão que logo irei assumir”.

Sob supervisão, ela passou por um treinamento detalhado, inicialmente observando atendimentos e anotando a evolução dos pacientes, até que gradualmente assumiu responsabilidades mais complexas. Hoje, cursando em matriz adaptada, já realiza avaliações e monta planos de tratamento, demonstrando um progresso notável e ganhando confiança para lidar com os desafios da profissão. “Eu aprendi que ter contato com os pacientes, e o cuidar deles, é um momento único, principalmente pelo amor e carinho com que eles nos recebem”.

No 2° Período do curso, João Felipe afirma que sempre foi fascinado pela área da saúde, principalmente devido às próprias experiências em consultas e acompanhamentos desde pequeno. O envolvimento no projeto de estágio voluntário tem sido uma etapa fundamental para o seu desenvolvimento profissional e pessoal. “Estou achando fascinante. Eu não imaginava que seria uma experiência tão boa. Ainda sou inexperiente em vista dos outros colegas, mas tenho aprendido bastante coisa. Acho que é uma evolução e tanto. Por conta da microcefalia, meu crescimento sempre foi lento, então me surpreendi por evoluir tão rápido em questão de comunicação e no atendimento às pessoas”. 

João Felipe se identifica especialmente com a fisioterapia neurológica, inspirando-se em profissionais que o atenderam na infância e deseja seguir os passos de seus próprios heróis na área da saúde. “Para mim, está sendo uma experiência fantástica, como se estivesse descobrindo um novo mundo”, revela. 

 

O papel do projeto

O Projeto de Acompanhamento Fisioterapêutico Voluntário Supervisionado à Comunidade via SUS teve início em 2011 na UniGuairacá. O professor Clauberto explicou que o aluno vem voluntariamente para desenvolver habilidades na área, desde avaliar o paciente até tratar patologias. “O objetivo inicial é oferecer uma maior prática clínica. Ele acaba aprendendo antes mesmo de chegar ao estágio obrigatório do curso, porque recebe o paciente e tem muitas dúvidas. Essas dúvidas estimulam os acadêmicos na busca de mais conhecimento para um atendimento completo e forma holística. Vemos que todos evoluem, se sentem mais confiantes”.  A iniciativa se revelou especialmente benéfica para Geórgia e João Felipe, oferecendo a eles um espaço de aprendizado adaptado e um suporte contínuo para o desenvolvimento de suas habilidades. 

Clauberto explica que o trabalho com Geórgia foi pensado em etapas para construir gradualmente sua confiança e autonomia. “Ela começou com um treinamento para que conhecesse todos os alunos. Depois ficou em um estágio de observação, anotando as práticas realizadas por eles, e só depois passou a assumir seus próprios pacientes. Cada nova tarefa era introduzida com cuidado, sempre com incentivo de investigar e buscar respostas antes de discutirmos juntos”, explica o professor. 
No caso de João, o processo de inclusão também trouxe à tona habilidades comunicativas e sociais que ele não havia explorado antes. “Ele era muito reservado no início, mas o contato com os pacientes e colegas no projeto o ajudou a se abrir e se sentir mais confortável para interagir e compartilhar suas próprias ideias”, conta Clauberto.

 

Inclusão além da sala de aula

Para o professor, o projeto não apenas integra alunos com necessidades especiais ao curso, mas também ajuda a preparar o Centro Universitário para receber e atender a diversidade de perfis de estudantes que vêm crescendo em instituições de ensino superior. “A UniGuairacá tem uma política de inclusão que vai além da sala de aula. É um compromisso em entender cada aluno e criar caminhos para o seu desenvolvimento. Nosso papel é observar e valorizar o que cada um pode oferecer, adaptando nossa metodologia para lapidar esses talentos únicos”, ressalta.

O impacto desse projeto é sentido não só por Geórgia e João, mas também pela comunidade acadêmica e pelos pacientes atendidos. O professor acredita que a inclusão traz novos horizontes para todos os envolvidos, ao mesmo tempo em que fortalece a missão da instituição de promover um ensino superior acessível e humanizado.