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O que muda na escola com a pandemia de Covid-19? por Bianca Garcia

É preciso investir na formação continuada, onde a tecnologia se integre naturalmente as atividades de docentes e discentes, formando um núcleo único.

Por: admin

- 27/04/2020 22h06

Muito temos ouvido sobre reinvenção do professor e da escola em tempos de pandemia. Acredito que o isolamento social nos obrigou a pôr em prática o que há muito a escola vem discutindo, que é a inserção de tecnologias na rotina escolar.

Há pouco mais de uma década, a preocupação com a formação de docentes vem sendo discussão frequente na academia. O mundo mudou, globalizou, as crianças, jovens e adultos mudaram, a tecnologia evoluiu e transformou o mundo, porém, a sala de aula pouco mudou, tornando-se desestimulante para os alunos.

Nos dias de hoje, tem ficado cada vez mais claro que apenas o domínio do conteúdo, embora seja fundamental no processo de ensino, não é mais suficiente.

Nos processos de aprendizagens atuais ainda há o predomínio de abordagens metodológicas que se limitam à mera transmissão de conhecimento dos professores para os alunos. Além disso, os processos avaliativos são restritos a níveis cognitivos de desempenho básico, como a memorização e a compreensão superficial de conteúdos. Nesse cenário, há a constituição de um ensino autoritário e pouco crítico, no qual o professor é o único agente ativo, enquanto o aluno é passivo.

Aprender não é um ato mecânico, “mas contexto político, no qual a pessoa deixa a condição de objeto para surgir como sujeito dotado de capacidade de alternativas” (DEMO, 2002, p. 13). Compreende-se como parte da ação do aprender o “não aceitar ser massa de manobra, objeto de manipulação, ou ter noção clara de direitos e deveres, e de saber pensar de tal modo que o bem comum possa ser a referência mais importante” (DEMO, 2002, p. 14).

A primeira lição que a pandemia nos traz é que precisamos formar professores capazes de ensinar por várias modalidades metodológicas e educacionais e que saibam integrar a tecnologia no processo ensino-aprendizagem. Isto significa formar professores para novas maneiras de interação com seus alunos e para o planejamento de experiências de aprendizagem significativas.

A segunda é que a escola continua sendo o principal meio de interação para crianças e jovens, tanto em questões de aprendizagem quanto de suas relações sociais. Desta forma, é irreal e inadequado pensar em educação totalmente online para alunos no ensino básico.

É preciso investir e acreditar na formação continuada, onde a tecnologia se integre naturalmente as atividades de docentes e discentes formando um núcleo único. Assim, a escola se aproxima mais do mundo que vivemos hoje, tornando as ferramentas tecnológicas mais vivenciadas como instrumento de aprendizagem e modernização.


DEMO, P. Complexidade e aprendizagem – A dinâmica não linear do conhecimento. Atlas, São Paulo. 2002.


​​​​​​​Bianca Raquel Garcia Fagundes Pereira
Graduada em Pedagogia pela Faculdade Guairacá
Especialista em Ciência da Família pela Faculdade Guairacá
Especialista em MBA em Gestão do Conhecimento na Educação Superior pela Faculdade Guairacá
Especialista em Regulação em Saúde no SUS pelo Hospital Sírio-Libanês