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Superbactérias: qual o risco para nossa saúde? por Tatiana Herrerias
Superbactérias são aquelas resistentes aos antibióticos. A professora Tatiana Herrerias escreve sobre os seus riscos para a saúde.
Por: admin
- 17/04/2019 18h49Superbactérias são aquelas resistentes aos antibióticos mais comumente utilizados para tratamento das infecções. Geralmente, essas infecções são associadas ao ambiente hospitalar, porém, algumas superbactérias já foram isoladas fora dos hospitais, como é o caso das superbactérias da tuberculose.
As superbactérias surgiram, principalmente, devido ao uso incorreto ou desnecessário dos antibióticos, o que acaba selecionando as bactérias resistentes a esses medicamentos. O tratamento com antibióticos é essencial nas infecções bacterianas, porém, deve ser realizado nas doses certas e durante o tempo recomendado.
O Ministério da Saúde alerta que somente em 2017, mais de mil pacientes (cerca de três casos/dia), de um total de 73 mil infectados, contraíram a tuberculose multirresistente, ou seja, aquela em que a bactéria é resistente aos dois principais medicamentos utilizados para o tratamento.
Outra importante superbactéria chama-se Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Essa bactéria é encontrada no mundo inteiro, especialmente no ambiente hospitalar, e causa importantes infecções em pacientes hospitalizados, como meningites, pneumonia e sepse. Embora sejam frequentes em hospitais, nos últimos anos as infecções causadas por MRSA, adquiridas na comunidade, têm sido relatadas com frequência crescente em todo o mundo, sendo um motivo de grande preocupação para as autoridades em saúde.
Além do MRSA, a bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemases) é um grande problema nos hospitais do mundo todo e, também, no Brasil. Essa bactéria é causa importante de Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (IRAS), também chamadas de Infecções Hospitalares (IH), principalmente em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Essa bactéria produz enzimas que destroem antibióticos muito potentes chamados de lactâmicos, reduzindo assim, a opção de tratamentos para essas infecções.
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O problema das infecções causadas por superbactérias é mundial e tem gerado inúmeras pesquisas sobre alternativas de resolução e/ou contenção de novos casos. Conter o avanço e reduzir as chances de surgimento de novas superbactérias é uma tarefa complexa que envolve a prescrição e o uso racional de antibióticos, e as autoridades em saúde precisam controlar a venda e distribuição desses medicamentos. O documento Review on Antimicrobial Resistance elaborado pelo Departamento de Saúde do Reino Unido trouxe dados alarmantes de projeção para um futuro próximo, pois se nada for feito hoje para deter o avanço das superbactérias, em 2050 uma pessoa a cada três segundos pode morrer decorrente de infecção causada por uma superbactéria.
Tatiana Herrerias
Graduada em Farmácia pela Universidade Federal do Paraná
Mestre em Ciências pela Universidade Federal do Paraná
Doutora em Ciências: Bioquímica Farmacológica pela Universidade Federal do Paraná
